Tamanho do Sistema Cantareira dificulta aumento no nível dos reservatórios
Chuvas isoladas não conseguem atingir todas as represas do Sistema Cantareira
Há três dias o nível do Sistema Cantareira está estável em 5,1% da segunda cota do volume morto. As chuvas mais generalizadas, provocadas por uma frente fria no Sudeste foram as responsáveis por essa estabilidade. O tamanho do sistema e a quantidade de represas é um dos fatores que dificulta o aumento no nível, mesmo com chuvas mais intensas.
O Sistema Cantareira possui uma área de 2.279,5 km², enquanto o Alto Tietê, segundo maior sistema do Estado de São Paulo, possui 919km². A diferença fica ainda maior se comparado com o Guarapiranga, com 632km². Por ser menor e ter apenas uma represa, quando ocorre uma chuva generalizada, o volume sobe. Do dia 25 de janeiro até hoje o Sistema Guarapiranga passou de 41,1% da capacidade máxima, para 47,4%, enquanto o Cantareira apenas estagnou.
“Isso acontece porque uma nuvem carregada é capaz de provocar chuva em todo o Sistema Guarapiranga, enquanto no Sistema Cantareira, uma nuvem pode levar chuva para uma das represas, enquanto as outras três continuam com tempo seco”, explica o meteorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira.
Por isso que quando ocorrem as chuvas isoladas, as famosas pancadas de verão, sistemas como o Guarapiranga são beneficiados. Já o Cantareira só consegue apresentar uma melhora quando um sistema meteorológico de grande porte, como uma frente fria, passa pela região, a exemplo do que aconteceu nesta semana.
[*BComo serão os próximos meses?B*]
O trimestre fevereiro/março/abril normalmente é caracterizado por chuvas fortes, com acumulado superior aos 300mm na maior parte dos municípios. Em 2015, esse trimestre terá chuva acima da média em São Paulo, mas os volumes mais altos serão observados na divisa do Estado com o Paraná, longe das represas.