A estiagem que teve início em novembro no Sul do país já causa prejuízos às lavouras de verão (milho, soja, arroz e feijão), inclusive com problemas de abastecimento de água em alguns municípios. Neste mês de dezembro, praticamente não choveu no oeste da Região e já pode se observar uma deficiência de umidade do solo no Rio Grande do Sul, com índice abaixo de 30%.
E a previsão não é animadora. De acordo com Paulo Etchichury, meteorologista da SOMAR, nas próximas duas semanas o padrão de chuvas não muda muito. As frentes frias associadas com a umidade da Amazônia continuam causando chuvas no Sudeste, Centro-Oeste e no Norte do Brasil.
No Sul do país, além do tempo seco, uma forte onda de calor deve agravar ainda mais a condição da estiagem. Para esta semana há previsão de temperaturas no período da tarde na casa dos 40 ºC, principalmente no interior e oeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná.
"Para a última semana do ano há previsão de uma frente fria atuando um pouco mais ao sul do país, o que deve beneficiar com chuvas principalmente os estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul, amenizando um pouco os efeitos da estiagem", comenta Etchichury.
Algumas chuvas isoladas também podem ocorrer no decorrer desta semana no Rio Grande do Sul e Santa Catarina devido à passagem de uma frente fria. No entanto, não as chuvas não devem ser significativas e a tendência é que a estiagem continue pelo menos até o final do ano.
Por outro lado
Enquanto a estiagem se agrava no Sul do país, a situação permanece confortável para os produtores do Sudeste e Centro-Oeste, onde as condições de umidade do solo se mantêm favoráveis. O acumulado de chuva de dezembro mostra uma condição típica do verão, com os maiores volumes concentrados nas duas Regiões, além de algumas áreas do Norte do país. Segundo Paulo Etchichury, até o final do mês as chuvas se mantêm concentradas no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil.