BOLETIM DE MONITORAMENTO CLIMÁTICO ESPECIAL PARA O ESTADO DE SÃO PAULO

Cliente: Defesa Civil - CEDEC
Elaboração: SOMAR Meteorologia
Data: Agosto/2007

O oceano Pacífico tropical encontra-se em processo de resfriamento. O resfriamento nessa região do Pacífico indica a formação do fenômeno climático conhecido como La Niña. Nas projeções da temperatura da superfície do mar (tsm) para os próximos meses fica evidente a configuração da La Niña, bem como sua persistência durante todo o segundo semestre de 2007 até o primeiro quadrimestre de 2008, pelo menos. Pelos resultados dos modelos climáticos, trata-se de uma La Niña com fraca intensidade, mas que deve atuar durante a primavera, verão e estender-se até o próximo outono. Somente no final do primeiro semestre de 2008, ou seja, no inverno do próximo ano é que essa La Niña mostra sinais de enfraquecimento. Portanto, as condições de clima para o restante de 2007 e para o próximo verão (2007-2008) devem ser bem diferentes do que foi observado no ano passado. Para efeitos de comparação se pode relacionar este ano (2007) com o segundo semestre de 2005 e o verão 2005-06, que também tiveram a influência do fenômeno La Niña. Para 2008, os modelos oceânicos interanuais mostram uma nova mudança nesse padrão. A La Niña que está começando deve se estender até o primeiro semestre de 2008, porém para o segundo semestre há projeção de que Oceano Pacífico entre em uma nova fase de aquecimento, ou seja, indicativo de um novo episódio de El Niño para o final de 2008. Para o Estado de São Paulo as consequências La Niña são do atraso da regularização da estação chuvosa e ondas de calor. O atraso da regularização da estação chuvosa não necessariamente significa chuvas abaixo da média e, sim, eventos de chuva intercalados com períodos relativamente longos sem chuva, também conhecidos como veranicos, especialmente durante a primavera. Além do mais, os eventos de chuva podem se manifestar na forma de tempestades. A demora da regularização da estação chuvosa e como consequência baixos índices de umidade, por sua vez, acarretam em grandes amplitudes térmicas, ou seja, grande diferença em entre as temperaturas mínimas e máximas, além de alta evapotranspiração. Nesse período em que a insolação aumenta no Hemisfério Sul, o Estado de São Paulo fica mais vulnerável aos extremos de calor.

 

SOMAR Meteorologia . Fontes consultadas: CPTEC/INPE, NCEP/NOAA, IRI/OGP e ECMWF